Uma breve história do Edifício Martinelli e do dono

Em um fim de semana, fui visitar o famoso Edifício Martinelli. O primeiro edifício mais alto da América Latina. Aproveitei e tirei algumas fotos.

Giuseppe Martinelli tem uma história de vida cheia de curiosidades. Ele chegou jovem da Itália e pobre. Teve diversas profissões como pedreiro e açougueiro. Trabalhou no porto de Santos, enriqueceu com sua empresa de navegação. Ele teve a ideia de fazer o primeiro e mais alto edifício da América Latina para ter seu nome na história. 

 

Vista da cidade de São Paulo do Edifício Martinelli


Na época a construção assustou os moradores de São Paulo dos arredores do prédios, que deixaram suas casas com medo de uma queda do edifício. Vários jornais e revistas falavam do grande futuro edifício, o que deixou muita gente preocupada naquele tempo, pois a maioria dos prédios não chegavam nem perto da altura novo prédio.

Prédio Banespa ao lado do Edifício Martinelli no centro da cidade de São Paulo


Inicialmente, o plano era de 12 andares, mas evolui para 30. A prefeitura impediu o andamento da obra, mas Martinelli provou que o edifício é seguro. Quando soube que alguém estava construindo um prédio com 26 andares, em Buenos Aires, Martinelli conversou com o engenheiro para o acréscimo de mais dois andares. O bafafá foi tanto que, para provar, ainda mais, que o prédio era seguro, Martinelli construiu uma mansão na cobertura do edifício, adicionando mais dois andares, com uma estrutura que não prejudicasse a obra, para morar lá com a família. 


Com a Quebra da Bolsa de Nova York, o italiano faliu e foi despejado de seu próprio edifício. Mas enriqueceu outra vez e tentou comprar o seu edifício em um leilão, no entanto, sem sucesso.

Planos para Buenos Aires se tornam meu combustível

Buenos Aires sempre foi um destino que eu almejava, a maioria dos meus amigos que fizeram uma viagem internacional já tinha ido para essa cidade. As fotos nas redes sociais e os vídeos sobre a capital argentina me instigavam mais e mais.

Planejamento, cálculos, encontrar um voo mais barato e consequentemente com mais escalas, e um escolher lugar para me hospedar foram um entretenimento à parte antes da viagem. Interessante como a expectativa de sair do Brasil pela primeira vez me deixou tão animado. Aquele plano de viagem foi o meu combustível por mais de sete meses.

Eu não estava querendo apenas uma experiência superficial, daquelas que os pacotes vendidos nos sites de viagens oferecem. Nada disso, os pacotes são atrativos, mas eu queria sentir como era o estilo de vida de quem realmente mora na cidade portenha, como é o transporte, os pequenos passeios e as coisas simples, como comprar o pão na padaria ou apreciar o fim de tarde em um parque, sem pressa para ver outro ponto turístico.

Depois que finalmente comprei o meu voo para Buenos Aires com escala no Rio de Janeiro, eu não podia acreditar que de fato iria para terra do alfajor. O lugar que escolhi para ficar por um mês foi um apartamento no bairro de Palermo, super conhecido por ter parques bonitos e por isso teve um peso maior na minha decisão. Eu amo parques, até porque queria continuar correndo os 6 quilômetros que costumava em São Paulo. Além dos parques que para mim já são uma atração suficiente para me manter por mais dias em qualquer lugar, os restaurantes, as docerias, as lanchonetes e a diversão não deixam a desejar em Palermo.

Uma dica valiosa para quem pisa em Buenos Aires pela primeira vez no Aeroporto de Ezeiza (Aeroporto Internacional Ministro Pistarini) é saber que apesar do Uber funcionar na cidade, o serviço do aplicativo está bloqueado nos arredores do aeroporto, ou seja, as opções que acabam sobrando são os táxis. O cliente pode negociar com os motoristas que constantemente abordam os viajantes nas plataformas de automóveis, ou então existe a segunda opção de pagar por um transfer, em geral os dois serviços custam R$ 100,00 por pessoa para chegar até Palermo. Quem tiver companhia pode dividir o táxi e assim garantir mais pesos para aproveitar na cidade. Antes de pegar é bom perguntar se o valor inclui o pedágio, que custa em torno de R$ 10,00. Outra dica valiosa, é não comprar muitos pesos argentinos no aeroporto, pois lá a cotação é baixa. O Banco Piano, no centro de Buenos Aires, na época tinha a melhor cotação da moeda.

A sensação de chegar em outro país pela primeira vez foi animadora, ver as plaquinhas predominantemente em espanhol das publicidades, me fazia entender que de fato eu tinha pisado em solo argentino.

Aeroporto de Ezeiza
Reprodução/Adriano Ferreira

Texto Original: Alô Exterior

A severa lição de Harry Potter

Histórias de magia geralmente passam a impressão de um mundo fascinante sem impossibilidades, sem limites e sem problemas persistentes. Na vida real o avanço da ciência traz expectativas tão típicas quanto às de um leitor de Harry Potter.

E é vivendo em meio aos saltos da ciência que resumem várias décadas de pesquisa, como a revolução das clonagens para gerar órgãos sem perigos de rejeição, ou até mesmo salvar espécies em extinção, que a escritora de Harry Potter faz os leitores decolarem de uma realidade pretensiosa, para aterrissarem em um mundo fantástico, em que o mais impressionante é a não existência de magia, feitiço nem ritual que pode devolver a vida de alguém que parte para sempre…

Apesar de transfigurações, consertos improváveis e jatos de luzes coloridos, nem nesse mundo repleto de façanhas fantásticas de Harry Potter as pessoas puderam vencer a morte, sendo que, em suas histórias J.K. Rowling poderia ressuscitar seus personagens mortos com a simplicidade de um feitiço de levitação, no entanto, está aí a parte mais real de toda a história. 

“Don Qui”

Donkey, uma palavra inglesa que significa burro, possivelmente originada de “Don Qui” do personagem do escritor espanhol Miguel de Cervantes. Don Quixote de La Mancha, não foi à toa a escolha de melhor obra de ficção de todos os tempos.

Quem poderia imaginar que românticas histórias de cavalaria do século XVI , com seus cavaleiros jovens, fortes, destemidos, cheios de honra e dignidade que cavalgavam com raças de cavalos quase alados viriam ser a inspiração para a melhor de todas: Don Quixote De La Mancha, uma sátira altamente recomendável, com apenas alguns requisitos de cavalaria um pouco esgotados de Alonso Quijano, o verdadeiro nome de Don Quixote De La mancha, mas por aqui vamos chamá-lo pelo carinhoso apelido de “Don Qui”, que foi como os ingleses passaram a chamar as pessoas parecidas com Don Quixote.

De tanto ler livros de cavalarias que o deixaram um doido varrido, Don Qui, foi mais longe do que qualquer outro cavaleiro jamais chegara, com mais de 50 anos, fidalgo, físico tão robusto quanto o de um palito de fósforo, seu pangaré, o Rocinante, e o coitado do lascado do Sancho Panza, que é o escudeiro que vive na esperança de governar uma ilha que Don Quixote lhe promete, foram suficientes para dar asas às maluquices. Com todos os seus juramentos de fidelidade e honras onde quer que esteja, Don Qui, vai atrás de sua nobre Dulcinéia (sua amada donzela que nem existia), busca altas aventuras (essa ficou tipo sessão da tarde), para fazer o bem e destruir os malvados, e claro, ter a desejada glória de um cavaleiro.

O lar doce confortante lar do nosso querido Don Qui, e sua mulher, não lhe fazem nenhuma falta durante as sucessivas aventuras fracassadas com seu pangaré e o atrapalhado Sancho Panza.
Por uma pegadinha do destino as pessoas se deparam com um velho alucinado que as atacam, desnorteiam e chama pela intocável Dulcinéia nas horas menos esperadas, como quando está estirado no chão depois de levar uns safanões de algum corajoso, ou então por sua poção fortificante, que quando não tira as tripas, quase deixa desmaiado quem a bebe.
Nem é preciso dizer mais por que Don Quixote e seus feitos ficaram famosos por todos os reinos. E que gente que não tinha o que fazer, não faltou para querer se entreter com a ingenuidade de “Don Qui”.

Se você gosta do cômico no ridículo, de autor que nem lembra o nome do próprio personagem, ou pelo menos finge, está aqui a minha dica… Você vai se divertir e rir além do que acha que é capaz.
É muito melhor que muito programa de humor que tem por aí…

Don Quixote de la Mancha –
Um dos melhores livros que já li